Você é um Verdadeiro Discípulo
de Jesus?
A palavra "discípulo"
aparece centenas de vezes no Novo Testamento, onde é usada para descrever os
seguidores de Jesus com muito mais freqüência do que "cristão" ou
"crente". Um discípulo é uma "pessoa que segue os ensinamentos
de um mestre" (Dicionário da Bíblia Almeida). Visto que o mestre dos
cristãos é o próprio Jesus, o verdadeiro discípulo aprende e segue a vontade
do Filho de Deus. Mas, será que todos que se dizem cristãos são verdadeiros
discípulos do Senhor? Ao invés de olhar para outros e criticar hipócritas,
vamos examinar as nossas próprias atitudes e ações para ver se nós realmente
somos discípulos de Jesus.
Como Jesus Define o Discípulo
Três dos relatos do evangelho
incluem as palavras desafiadoras do Cristo: "Se alguém quer
vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me"
(Lucas 9:23; veja Mateus 16:24; Marcos 8:34). Encontramos aqui três elementos
essenciais do verdadeiro discipulado, que apresentam desafios enormes: Negar
a si mesmo. Enquanto o mundo e muitas religiões começam com o egoísmo
do homem, Jesus exige a auto-negação. As igrejas dos homens convidam as
pessoas a realizar seus sonhos de riqueza, felicidade sentimental e posições
de honra, mas a mensagem do Senhor é outra. Ele pede que a pessoa negue os seus
próprios desejos para fazer a vontade dele. Tomar a sua própria cruz.
Jesus veio para oferecer a vida, mas o caminho para a vida passa pelo vale da
morte. Não somente a morte do Cristo, mas a nossa também. Paulo disse: "Estou
crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim"
(Gálatas 2:19-20). Seguir a Jesus. Várias religiões e
filosofias exigem sacrifício e auto-negação. Algumas ensinam "preceitos
e doutrinas dos homens" e "rigor ascético" que proíbem coisas
que Jesus não proíbe (Colossenses 2:20-23). O benefício não vem de auto-negação
em si, ou simplesmente de tomar qualquer cruz. Jesus Cristo é o único caminho
que leva à vida eterna (Atos 4:12).
Neste estudo, vamos considerar
algumas aplicações práticas destes princípios.
Seguir a Jesus, Não aos
Homens: Lealdade
A relação de discípulo e mestre
tem sido explorada por homens em muitos movimentos religiosos. O raciocínio é
relativamente simples. Tirando alguns versículos do contexto e torcendo um
pouquinho o sentido de outros, é fácil ensinar aos adeptos a necessidade de
submissão quase absoluta aos homens. Considere esta abordagem: "O
discípulo não está acima do seu mestre.... Basta ao discípulo ser como o seu
mestre...." (Mateus 10:24-25). Alguns homens na igreja são
chamados "mestres" (Atos 13:1; Efésios 4:11; Hebreus 5:12; Tiago
3:1). João teve discípulos (João 1:35). Devemos obedecer aos nossos guias (ou
líderes, NVI) e ser submissos a eles (Hebreus 13:17). Utilizando tais versículos,
torna-se fácil obrigar os mais novos na fé a seguir quase que cegamente a
liderança de homens supostamente espirituais. Vários movimentos religiosos se
baseiam em sistemas de discipulado nos quais cada "discípulo" é
guiado por um "mestre" ou "discipulador", num apirâmide ou
hierarquia de autoridade humana.
Há vários problemas com este tipo
de discipulado: Investe autoridade excessiva em homens. A
palavra traduzida "mestre" quer dizer, na maioria das vezes,
"professor". A ênfase está no ensinamento da palavra, não na
autoridade de uma pessoa sobre outras. Quando se trata de uma relação que
envolve autoridade, as palavras de Jesus são claras e estabelecem a regra que
precisamos aplicar hoje: "Vós, porém, não sereis chamados
mestres [rabis, NVI], porque um só é vosso
Mestre, e vós todos sois irmãos" (Mateus 23:8). Esquece
as qualificações dadas por Deus para os líderes. Num sentido
limitado, Deus deu responsabilidade de liderança a alguns homens na igreja. No
primeiro século, os apóstolos guiavam as igrejas por instrução inspirada e
pelo exemplo de imitação de Jesus (1 Coríntios 11:1). Eles iniciaram a prática
de escolher presbíteros (também chamados "bispos" e "pastores"-veja
Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-3; Efésios 4:11) em cada igreja (Atos 14:23; Tito
1:5). Poucos homens demonstram as qualificações exigidas por Deus para exercer
a função de presbítero ou pastor (veja 1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). Estes
homens têm a responsabilidade de cuidar e presidir ou liderar a igreja (1 Timóteo
3:5; 5:17). São os guias que velam pelas almas das ovelhas (Hebreus 13:17). Ignora
as limitações na liderança dos pastores. Mesmo nas igrejas que têm
bispos qualificados, estes são limitados na maneira de guiar ou liderar a
igreja. Não têm autoridade absoluta, arbitrária ou despótica. Eles não
ditam regras; pelo contrário, mostram um exemplo de como seguir as regras do
Supremo Pastor (1 Pedro 5:1-4). Confunde o papel de evangelistas. Evangelistas
são homens que pregam a boa nova (o evangelho). A autoridade deles é limitada
ao trabalho de ensinar, corrigir e exortar pela palavra. As cartas de Paulo aos
evangelistas Timóteo e Tito apresentam um modelo de homens que vivem vidas
exemplares e pregam fielmente a palavra pura de Jesus (1 Timóteo 4:12-16; 2 Timóteo
4:1-5). Nada sugere uma posição de superioridade sobre os irmãos.
Homens que querem "melhorar"
o plano de Deus e dominar sobre outros procurarão apoio nas Escrituras,
pervertendo o sentido da palavra do Senhor. Todos os cristãos devem lembrar que
temos um só Mestre, e que todos nós somos irmãos (Mateus 23:8).
Assumir Compromisso com
Jesus: Conversão
Ser discípulo de Jesus exige um
compromisso sério com ele. Em Mateus 28:18-20, Jesus destaca dois aspectos
deste compromisso: Batismo para entrar em comunhão com Deus (veja
também Atos 22:16; Gálatas 3:27; Romanos 6:3-7). Obediência
absoluta aos ensinamentos de Jesus. Muitas pessoas se dizem seguidores
de Jesus sem dar os primeiros passos de obediência à palavra dele. Para sermos
discípulos verdadeiros, temos de apresentar os nossos corpos como sacrifícios
a ele, sendo transformados e renovados pela palavra do Senhor (Romanos 12:1-2).
Imitar o Caráter do Cristo:
Proceder
Uma vez que reconhecemos Jesus como
o nosso Mestre, devemos aprender das palavras e do exemplo dele. Um dos propósitos
da vinda dele à terra é apresentado em 1 Pedro 2:21-22- "...Cristo
sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o
qual não cometeu pecado...."
Como discípulos do perfeito Mestre,
devemos nos esforçar para desenvolver o caráter dele, tornando-nos "co-participantes
da natureza divina" (2 Pedro 1:4). Assim procuraremos pensar
como Jesus pensa, e agir como ele agiria. Que desafio!
Respeitar a Autoridade do
Mestre: Obediência
O entendimento da relação do discípulo
com o Mestre naturalmente criará em nós um respeito profundo pela vontade do
Senhor. Enquanto outros defendem muitas práticas erradas, dizendo que Deus não
as proibiu, o discípulo fiel examina com mais cuidado e percebe que a Bíblia não
é um livro de proibição e, sim, de permissão. Ao invés de tentar justificar
a sua própria vontade, o seguidor de Jesus se limita às coisas que Deus
permite, as coisas autorizadas nas Escrituras. Ele percebe, pelo estudo da
palavra, que não devemos ultrapassar o que Deus revelou, pois tal abordagem
aumenta a arrogância ao invés de demonstrar a humildade de servos do Senhor (1
Coríntios 4:6). Pessoas egoístas seguirão a sua própria sabedoria e dirão
que têm liberdade para tratar a Bíblia como uma mensagem "dinâmica"
que se adapta à circunstância atual (Provérbios 14:12; Jeremias 10:23; 1
Samuel 13:12). Mas as pessoas espirituais mostrarão respeito maior para com
Deus, sabendo que ele é perfeito e perfeitamente capaz de revelar sua vontade
aos homens "uma vez para sempre" (Judas 3)
para os habilitar "para toda boa obra" (2
Timóteo 3:16-17). O servo fiel entende que o Mestre Jesus recebeu autoridade
para mudar a lei, fazendo o que não fora autorizado anteriormente (Hebreus
7:11-14). Mas o discípulo humilde jamais ousaria mudar a lei ou ultrapassar o
ensinamento de Jesus (2 João 9).
Buscar a Unidade que Jesus
Pede: Cooperação
Jesus quer a unidade dos seus discípulos
(João 17:20-23). Esta cooperação não vem por estruturas e regras humanas, e
sim por amor a Deus. Homens podem forçar uma conformidade superficial por
regras e sistemas de organização e controle. Deus trabalha de outra forma. Ele
confia na sua própria palavra para criar a unidade que ele quer (1 Coríntios
1:10). Se cada discípulo continua se aproximando do Senhor, naturalmente estará
se unindo cada vez mais aos outros discípulos verdadeiros. Cristãos se
reunindo em congregações locais edificam e encorajam um ao outro (Efésios
4:16; Hebreus 10:23-25). Divisão vem quando pessoas seguem diversas revelações
(Isaías 19:2-3), ou seguem líderes humanos e não o próprio Senhor (1 Coríntios
1:11-13). Cristo morreu por nós. Somos batizados em Cristo. Ele é o nosso
Mestre e o foco das nossas vidas!
Produzir Fruto: Perseverança
e Crescimento
O discípulo de Jesus produz fruto (João
15:8). Pelo fato que aceita a palavra de bom e reto coração, e desenvolve a
sua fé com perseverança, ele se torna frutífero (Lucas 8:15). O discípulo
produz fruto pelas boas obras que faz (Tito 3:14; Efésios 2:10). Produzimos
fruto quando obedecemos ao nosso Senhor (Lucas 6:46), progredindo com perseverança
(Hebreus 12:1).
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